Filosofia nas artes marciais é um assunto que fascina muitos praticantes e admiradores. Popularizada por incontáveis filmes, a filosofia encanta e atrai muita gente, sendo responsável pela aderência à prática por várias delas.

O pensamento de disciplina, respeito, dedicação, esforço, a busca pela perfeição e o desenvolvimento do caráter são bastante sedutores. Muitas pessoas buscam essas qualidades e as artes marciais muitas vezes são a porta de entrada para elas. Por outro lado, as artes marciais podem ser a porta de entrada para a filosofia.

Os Três Grandes Filósofos da Cultura Chinesa

A filosofia nas artes marciais aponta para um caminho de paz e harmonia entre as pessoas, para a não-violência e para a paz interior. Tudo isso é ensinado em várias escolas de artes marciais, independente da origem.

Esse pensamento é herança de pessoas comuns que se tornaram extraordinárias pela compreensão que alcançaram sobre a vida. Por estas conquistas interiores estas pessoas se tornaram grandes sábios.

A cultura asiática foi muito influenciada pela linha de pensamento deixada como legado para a humanidade por estas pessoas incríveis. Os mais famosos são o Buda Shakyamuni, Lao Tzu (ou Tsé) e Confúcio. As três principais correntes do pensamento filosófico chinês surgiu destes três personagens, sendo o budismo, o taoismo e o confucionismo, respectivamente. Estas três correntes influenciaram profundamente o povo, a cultura e as artes marciais chinesas.

Pela grande influência da China na região, países vizinhos como Japão e Coreia, principalmente, também carregam esta influência no seu modo de vida.

As Três Principais Correntes Filosóficas das Artes Marciais

Inúmeros são os sábios que contribuíram para o enriquecimento destas correntes filosóficas. Confúcio criou um ritual de tiro com arco, que deu origem ao tiro com arco do budismo zen japonês (kyudo). Um exemplo menos famoso no ocidente da corrente confucionista é Mêncio, que possui obras importantíssimas.

Na linha taoista temos Chuang Tzu e Zhan Sanfeng. As ideias de Zhan Sanfeng fundamentaram, em tese, a prática do taijiquan (tai chi). Mesmo assim é errôneo afirmar que ele foi o fundador desta arte marcial.

No budismo grandes nomes são Boddhidharma, Hui Neng e Dogen. Boddhidharma é a origem da escola chan (zen) de budismo e para as artes marciais com influência budista ele é a figura mais importante depois do próprio Buda.

Hui Neng é um nome também muito importante, sendo conhecido como o sexto patriarca do zen. Dogen foi muito importante para o zen japonês. Estes são apenas alguns dos muitos nomes importantes por trás da filosofia nas artes marciais.

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Clique aqui e entenda o mito da relação entre Bodhidharma e o kung fu.

A Influência da Filosofia nas Artes Marciais

A influência da filosofia nas artes marciais se deu na medida em que adeptos das várias escolas filosóficas também as praticavam para a sua segurança. Mas poucos de fato levavam sua filosofia a sério e eram avessos à violência. A grande maioria não conseguia praticá-las, seguindo-as apenas quando lhes convinha, o que faz cair por terra o mito de que todo monge de Shaolin era bonzinho e virtuoso. Exemplo disso é que Boddhidharma morreu envenenado.

Na China muitos mestres de artes marciais viviam isolados nas montanhas, onde se dedicavam às suas práticas espirituais. Por isso, há influência destas montanhas sobre as artes marciais, sendo a origem de algumas escolas, como a lança de E Mei. Dentre as mais famosas estão as montanhas Tai, onde se desenvolveu a corrente confucionista, Song e Wu Tai, de corrente budista, Wu Dang, E Mei, Ku Lun, Guang Hua e Zhing Nan, de linhagem taoísta.

Filosofia e Prática

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Entenda o conceito budista de vacuidade e como ele se aplica à prática artes marciais

O principal objetivo aqui não é apresentar as correntes que influenciaram as artes marciais, mas sim o que elas representam e como exatamente influenciam. O pensamento filosófico é importantíssimo para o desenvolvimento do caráter  e do convívio social harmonioso.

Mas é necessário entender que a filosofia da qual estamos falando, mais do que pensamento se trata de prática. Para elas não há separação entre pensamento e ação, entre raciocínio e movimento. Basta ver o exemplo da yoga, que não é um exercício físico, mas uma filosofia que possui uma prática corporal. Já a maneira correta de como fechar as mãos expressa o conceito de yin e yang.

Então, muito mais do que meramente uma forma de pensamento, a filosofia nas artes marciais é uma forma de ação. É uma forma de compreender o mundo por meio do corpo. Neste artigo sobre o conceito budista de vacuidade nas artes marciais você pode entender isso na prática.

Arte Marcial É uma Prática de Filosofia

Filosofia não é um pensamento complexo e abstrato para mostrar erudição e dar a impressão de uma pessoa espiritualizada. Na verdade, muita gente não se interessa pela filosofia de fato. Muitos a praticam apenas “da boca para fora” e outros não a entendem.

 

Geralmente os praticantes entendem a filosofia nas artes marciais apenas intelectualmente. O entendimento intelectual é bom, porém incompleto. O conhecimento se amplia quando ela é compreendida pelo corpo.

Não é fácil de entender, mas todas as ações nas artes marciais, todas as estratégias e táticas são expressões da filosofia. A maneira de praticar e de executar os movimentos é nela fundamentada, portanto compreender isso pelo corpo é um grande desafio. Mas quando se começa a entender, se entende tanto a filosofia quanto a arte marcial. Neste momento a filosofia deixa de ser um pensamento e se torna claro que ela é uma prática.

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1 Comentário

  1. felipe disse:

    oi gente
    gostei muito desse site, parabéns pelo trabalho. 😉