Isso vinha acontecendo em uma grande organização desde a década de 70… E prova como é comum esse crime nas artes marciais.

Recentemente denúncias muito graves saíram em alguns sites de notícias. E elas são apenas mais alguns entre muitos casos desse tipo de crime nas artes marciais.

Conheça alguns desses casos aqui e saiba reconhecer 11 sinais de abuso sexual em academias de artes marciais.

O mais chocante de tudo isso é que muitas vezes acontece bem na sua frente e você nem desconfia porque não sabe ler os sinais.

Dessa vez, ao menos 15 vítimas denunciaram alguns mestres de um dos maiores grupos de capoeira do Brasil por crimes sexuais.

E diante desse novo escândalo vou comentar alguns elementos dentro desses casos que me chamaram a atenção…

O que tem a ver com você e algo que você deve fazer, principalmente se é praticante de wushu.

E o que você, sua escola, clube, associação ou federação podem e devem fazer para prevenir que esse tipo de crime aconteça.

Por isso leia esse artigo até o final.

Não vou comentar sobre os casos específicos, mas sim elementos dentro deles. Se você quer saber em detalhes o que aconteceu, veja aqui.

Mas primeiro entenda que a educação é uma das melhores formas de prevenção. Por isso é preciso falar sobre esse assunto.

Muitos professores e praticantes de artes marciais não gostam que esse tipo de assunto seja divulgado e comentado publicamente.

Eles acham que falar sobre isso prejudica a imagem das artes marciais.

Mas como algo que é denunciado e debatido em todos os setores da sociedade pode prejudicar apenas um deles?

Falar sobre isso tira a ilusão que muitas pessoas tem de que crimes como esses são raros nas artes marciais.

Mas não, não são. Eles são muito mais comuns do que você pensa e ficar em silêncio sobre isso permite que eles continuem acontecendo.

Além de dificultar a prevenção, faz com que as vítimas continuem sendo prejudicadas e não consigam justiça.

E você não gostaria que isso acontecesse com o seu filho ou sua filha, não é?

Certamente não.

Por isso, o que realmente mancha as artes marciais é não falar sobre isso e continuar fingindo que não acontece.

Até porque a pessoa que não quer discutir esse assunto está dando um sinal de que pode ser alguém que comete esses crimes, é cúmplice ou simplesmente age passivamente diante deles.

Ligue o sinal de alerta se um dia você ouvir isso.

“É como um filho para mim”.

Cuidado se você ouvir um professor de artes marciais falar isso sobre os seus alunos. Principalmente se forem menores de idade.

Professores constroem uma relação de confiança com os alunos e suas famílias. E abusadores e assediadores também.

A relação entre professor e aluno não é de pai e filho e sim de professor e aluno. Mas se essa relação passa dos limites isso pode ser perigoso, especialmente em algumas faixas etárias.

Na infância a criança está muito vulnerável e ainda não compreende certas coisas. Por isso pode ser manipulada ou oprimida com facilidade.

Já os adolescentes estão em uma fase que não querem ouvir os pais e de criar vínculos sociais fora da família.

Por isso eles tendem a dar ouvidos a pessoas desses círculos sociais e que fazem as coisas que eles gostam. Portanto se eles gostam de artes marciais a tendência é que se apeguem muito ao que o professor diz.

Essas são brechas para que os professores abusadores ganhem a confiança dessas crianças e adolescentes.

Depois com isso vem as chantagens, a violência psicológica e o assédio moral, que são porta de entrada para outras formas de assédio e abuso…

Quando essa relação se estabelece, o aluno pode ouvir do professor é “as outras pessoas não entendem essa relação”. Ou até “as pessoas não entendem que a relação dentro da academia é diferente”.

Então se um dia um menor de idade dizer que o professor é como um pai para ele, fique de olho. Provavelmente o professor diz a mesma coisa e poderá se aproveitar disso.

Assim como você eu também acho isso absurdo… Mas acontece.

Você pode confiar o quanto for no professor… Mas não é normal um menor de idade dormir na casa dele.

E sim, muitos crimes sexuais acontecem em situações como essa.

Um aluno menor de idade nem mesmo deveria frequentar a casa do professor.

Mas não pense que o risco está só nesse tipo de situação, pois tem outras que podem passar despercebidas… Viagens de campeonatos ou eventos.

Quando a equipe está hospedada em um evento professor e aluno não devem dividir o mesmo quarto. Alguns dos crimes denunciados no caso mencionado aconteceram nesse tipo de situação.

Em um campeonato o professor ou técnico da equipe pode precisar verificar se os atletas estão no quarto no horário combinado, se não saíram sem autorização, etc.

Nesse caso a porta do quarto nunca deve ficar fechada. Ela sempre deve ficar aberta para que outras pessoas possam saber o que está acontecendo.

Quando tiver atletas menores de idade é importante que tenha pelo menos alguns pais que possam acompanhar.

Assim eles podem monitorar tudo o que está acontecendo e verificar se não há nada de estranho.

Mas nem sempre é possível que os pais acompanhem. Mas a escola, equipe ou federação deve ter uma política clara em relação ao que pode ou não pode ser feito.

Se o que não é permitido está claro para os atletas, técnicos e comissão técnica, você não deve ter muitas preocupações.

Nem mesmo as melhores intenções escapam desse crime.

Até mesmo a inteção de ajudar pode esconder esse tipo de crime.

Por exemplo… Projetos sociais.

Você nunca vai imaginar que alguém que mantém um projeto social para ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade cometerá esse tipo de crime.

Afinal você vê o professor como um modelo e como uma pessoa bem intencionada. Assim fica mais fácil disfarçar o crime.

Mas um mestre foi denunciado por estupro por uma de suas alunas, que o ajudava no seu projeto social.

Se os alunos vivem em situação de vulnerabilidade, projetos sociais podem facilmente se transformar em armadilhas para os seus alunos.

Ser filho de pais divorciados também pode criar uma situação de vulnerabilidade que pode ser explorada pelo criminoso.

O mesmo mestre estabeleceu um relacionamento com a mãe de um dos seus alunos… Ele abusou e estuprou o menino por anos, mas a mãe demorou para desconfiar.

Tome essa atitude para prevenir esse crime nas artes marciais.

Prevenir e denunciar esse tipo de crime nas artes marciais é tarefa de toda a comunidade marcial.

Para isso você precisa saber os tipos de assédio, abuso e como reconhecer os sinais…

O que você, sua escola ou clube, sua federação e confederação devem fazer para prevenir e lidar com denúncias de assédio e abuso…

E quais são os canais de denúncia dentro e fora das federações, comitês, ligas e confederações.

O Comitê Olímpico Brasileiro recomenda a todas as suas entidades filiadas que seus membros façam o Curso de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte.

Por isso a Confederação Brasileira de Kung Fu Wushu está recomendando que todas as federações divulguem esse curso entre os seus filiados.

E essa é uma exigência para que atletas possam participar do processo seletivo para compor a seleção brasileira de wushu.

Os atletas devem fazer o curso e enviar o certificado para a confederação.

O curso é gratuito e não é demorado. Mas você deve terminar dentro do prazo para não ter que voltar do início.

Mas não pense que só os atletas devem fazer esse curso.

Dirigentes e professores tendem a achar que eles mesmos não precisam. Só que muitos cometem atos de assédio e abuso sem ter consciência disso.

Então agora que você já sabe disso você tem duas opções.

A primeira é achar que já sabe de tudo isso e continuar sem fazer nada. Nesse caso você não só ajuda a não acabar com esse crime nas artes marciais…

Mas também ajuda que ele continue acontecendo… E ainda corre o risco de ser punido dentro da lei por cometer algum desses atos mesmo que sem saber.

E a segunda é fazer a sua parte se educando e educando outros para ajudar a combater esse crime.

Se você escolheu a segunda opção, clique aqui para começar o curso hoje mesmo.

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